A filosofia milenar indiana conhecida como budismo traz princípios baseados no equilíbrio e no autoconhecimento.
Fundada há mais de dois mil anos na Índia, por Siddhartha Gautama, que tempos depois viria a tornar-se o Buda, a doutrina budista consiste em uma técnica de treinamento e desenvolvimento da mente para se alcançar uma visão a respeito da natureza das coisas.
O budismo não é entendido, em sua forma mais prática, como uma religião, já que não pressupõe a adoração a nenhum Deus.
Seria mais uma filosofia, uma percepção sobre a maneira de encarar a vida, já que a figura de Buda simbolizaria uma espécie de mentor, alguém que desejaria transmitir os seus ensinamentos e reflexões ao maior número de pessoas.
Os ensinamentos budistas
O pensamento positivo é um dos princípios norteadores do budismo. De acordo com a doutrina, nem a felicidade nem a tristeza ou o sofrimento estão presentes nas coisas em si. Elas se manifestam a partir da maneira como lidamos com estes sentimentos.
Neste sentido, o controle da mente é algo bastante enfocado pelo budismo. A necessidade de controlar os seus pensamentos é fundamental para que você seja conduzido pelo bom caminho e ser capaz de atingir a paz interior.
Outro enfoque é de que a prática do bem e de liberação de bons sentimentos vai retornar para você, por conta da atração de energia. A lógica é de que quanto mais praticarmos o bem, exalando boas energias, mais coisas boas o mundo nos dará em troca.
A prática do desapego é outra das principais lições budistas. Por entender que o apego é uma característica de mentes egoístas e pouco solidárias, sendo uma das maiores fontes de sofrimento que pode existir, o budismo crê na finitude das coisas.
A partir da compreensão de que tudo o que temos vai acabar em algum momento, seria fundamental não criarmos uma relação de dependência de nada. Desfrutar de ocasiões, da companhia de pessoas ou de lugares, tendo a consciência de que são momentâneos, vai fazer com que o rompimento não seja tão doloroso.
O budismo encoraja, ainda, a sermos persistentes, mesmo se duvidarmos de nossas capacidades, assim como a estarmos abertos a qualquer forma de conhecimento que se apresente.
O ego
O ensinamento budista gira muito em volta do ego. A sua prática espiritual ética se fundamenta na necessidade de estarmos em contato com a realidade que nos rodeia.
E um dos principais obstáculos que nos dificulta de ter uma percepção clara sobre as dinâmicas da vida seria o nosso ego.
Partindo da premissa budista de que não existe o “eu”, mas sim o “nós”, o sentido de coletividade e de conexão de nossas ações com os demais, o individualismo seria o apego ao ego. Ele seria um grande impedimento para alcançarmos a nossa felicidade.
Por compreender na interligação do mundo, na conectividade e interdependência das coisas, não é admitido pela doutrina budista a visão dualista entre “eu” e os “outros”.
O rompimento dessa visão acarreta o fim dos julgamentos, dos conflitos, dos questionamentos no que diz respeito aos demais.
Dessa forma, o pensamento altruísta, generoso e voltado para um bem maior da sociedade prevaleceria, beneficiando toda a coletividade.
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